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quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

A mulher no cinema: da produção à representação visual



Dentre as discussões propostas por teóricas feministas do cinema, duas questões são fundamentais para a compreensão do lugar historicamente relegado às mulheres na produção cinematográfica: a participação feminina atrás das câmeras e a sua representação diante da tela. Assim como ocorre em alguns outros setores do  mercado de trabalho, a participação das mulheres no fazer cinematográfico é extremamente baixa em relação à atuação masculina. Recentemente, as inúmeras críticas realizadas em torno do filme “Azul é a cor mais quente” (La vie d’Adele, 2013, Abdellatif Kechiche) sinalizam que ainda há muito que se debater sobre a representação visual das mulheres e do prazer feminino no cinema, como se vê nos artigos abaixo:





O que estudos recentes demonstram é que a produção e a representação não podem ser vistas como elementos isolados, se considerarmos que o significativo desequilíbrio na participação de homens e de mulheres no mercado cinematográfico diz muito sobre os olhares e os discursos construídos pelas narrativas.  Uma pesquisa publicada no site da New York Film Academy, intitulada Gender Inequality in Film, mostra dados relevantes sobre como os personagens masculinos e femininos são retratados nos 500 filmes hollywoodianos de maior sucesso entre 2007 e 2012, como, por exemplo: o percentual de mulheres  retratadas com roupas que possuem conotação sexual é de 28,8%, enquanto a taxa de homens na mesma situação é de 7%; a porcentagem de adolescentes femininas retratadas em cenas de nudez aumentou 32,5% entre 2007 e 2012; a presença de personagens femininas nos filmes aumenta em 10,6% quando a direção é assumida por mulheres, e 8,7% quando elas são roteiristas.


Em relação à indústria cinematográfica, o estudo mostra que, dos atores e atrizes mais bem pagos de Hollywood em 2013, 465 milhões de dólares foram destinados aos homens, em oposição a 181 milhões de dólares às mulheres, e que a atriz mais bem remunerada durante o ano, Angelina Jolie, recebeu uma quantia equivalente à da segunda pior remuneração entre os homens. Na direção dos 250 filmes hollywoodianos de maior sucesso em 2012, apenas 9% são mulheres e 15% roteiristas, só para citar algumas das funções apontadas pela pesquisa. Além disso, quando o assunto é premiação da Academia de Hollywood, em 85 anos, somente 7 produtoras venceram o prêmio de melhor filme, todas em co-produção com homens, enquanto 8 venceram nas categorias de melhor roteiro original e melhor roteiro adaptado em toda a história da premiação.


A pesquisa na íntegra pode ser acessada no link abaixo:

Mais dados sobre a participação feminina no cinema hollywoodiano e no brasileiro nos links:




No caso do cinema brasileiro, vale a pena conferir a dissertação de Paula Alves, “O cinema brasileiro de 1961 a 2010 pela perspectiva de gênero”, defendida em 2011, em que a autora fez uma análise da participação das mulheres em algumas funções do mercado cinematográfico, bem como do seu protagonismo nos filmes desse período:




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