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terça-feira, 19 de maio de 2015

O que uma Hidroelétrica pode fazer... filmes que caminham: #ParemosesseMonstro


Não deixemos que aconteça novamente Balbina...
Em toda a Amazônia estão previstas a criação de 150 hidrelétricas, das quais 60 delas na Amazônia brasileira. 
A hidrelétrica de Balbina, concebida e construída na ditadura militar (1964-1985) no rio Uatumã (Amazonas), passou a funcionar a partir de 1989. Um bilhão de dólares do dinheiro do contribuinte foi usado para destruir 240 mil hectares de floresta, afogar animais silvestres, alagar terras indígenas e provocar fome e doença entre os ribeirinhos da região. Em troca dessa catástrofe, apenas insignificantes 80 megawatts firmes para Manaus. 

Passados todos estes anos, o modelo energético brasileiro não sofreu nenhuma revisão em todos os governos após a redemocratização do Brasil. O físico José Goldemberg, em depoimento, recomendou que Balbina fosse desativada e mantida como um monumento à insanidade humana. O missionário Egydio Schwade denunciou o desaparecimento de várias aldeias indígenas com a construção da barragem. 

Só a cegueira ideológica não enxerga os impactos socioambientais irreversiveis provocados pelo desenvolvimentismo nacional, em sua nova etapa. Tampouco se aprende com a experiência do passado. Em 1989, o autor desse vídeo, durante um comício em Manaus, entregou uma cópia para o operário que assumiria em 2003 a presidência da república, numa das maiores mobilizações de esperança do povo brasileiro. Mais tarde, o presidente da república faria uma surpreendente declaração ao qualificar os quilombos e os indígenas como um entrave para o desenvolvimento da Amazônia. A antropóloga Manuela Carneiro da Cunha manifestou sua perplexidade nas páginas da Revista de História da Biblioteca Nacional. 

Não apenas os compromissos assumidos com a causa indígena estavam sendo rasgados. Esvaia-se, também, a esperança dos povos da floresta. 

Silenciar sobre a desastrada política energética brasileira é um crime de lesa-humanidade. A presente edição é dedicada à memória do bispo D. Jorge Marskell, de quando a Igreja Católica estava comprometida com a Teologia da Libertação. Salve Jorge!
por Telma Monteiro

Nota do blog: Aviso aos navegantes que o vídeo "Balbina no País da Impunidade" brevemente estará no YouTube. Graças à professora Edneia Mascarenhas Dias, Pro-Reitora de Graduação da Universidade do Estado do Amazonas, que me presenteou com uma cópia em DVD, finalmente poderei socializar as imagens de uma obra que faz jus à sandice do capitalismo desvairado. Quando realizei esse "documentário de urgência" em 1989, a mídia da época resumia-se ao VHS, material que se deteriora com o tempo, principalmente pela ação de fungos. Vendi uma mísera dúzia de cópias, mal paguei o microfone comprado para registro das entrevistas durante a viagem até o local da barragem, patrocinada pela Associação dos Servidores do INPA - ASSINPA. Trinta outras cópias foram feitas para a CPT e o Movimento contras as Barragens; a minha sumiu no tempo. É possível que a Universidade Federal da Bahia tenha uma cópia, pois o vídeo participou da Mostra de Cinema e Vídeo sobre Meio Ambiente, realizado por aquela universidade. A extinta Associação Brasileira de Vídeo Popular possuia no seu acervo oito horas da filmagem que fiz no rio Uatumã, inclusive a entrevista com o missionário Egydio Schwade. Soube que no catálogo da ABVP havia um certo vídeo sobre Balbina. Espero, ao menos, que tenham me concedido o crédito. Minha profunda gratidão à professora Edineia. Aguarde! Brevemente na tela do seu computador. fonte
Passados 24 anos desde a construção da usina de Balbina, permanecem as discussões sobre como minimizar os danos culturais, sociais e ambientais da empreitada...

segunda-feira, 18 de maio de 2015

O TRABALHO NA TELA: MEMÓRIAS E IDENTIDADES SOCIAIS ATRAVÉS DO CINEMA

Cena de Febre de Rato, Cláudio Assis (Brasil, 2011)

CALL FOR PAPER

O trabalho nas sociedades contemporâneas tem vindo a sofrer, desde o início do século XX, processos vários de mudança que, com o contexto atual de crise econômica e emprego, exigem equacionar a estruturação das identidades que sobre o trabalho se constroem e modificam.

Durante este período, o cinema tem sido um veículo privilegiado na criação e disseminação de representações do trabalho, e como tal, na formação de memórias sociais. Tem constituído um canal privilegiado na construção de narrativas de memórias de trabalho, contribuindo para a formação, reprodução e reconfiguração de identidades sociais.

Este seminário internacional e multidisciplinar tem como objetivo reunir e discutir contribuições que analisem os processos envolvidos na formação de identidades sociais e suas representações através do cinema. O seminário explorará como o cinema e as práticas cinematográficas – a produção, realização e usos dos filmes – têm contribuído para a formação de memórias sociais sobre o trabalho.

O seminário aceita comunicações que analisem as principais continuidades e descontinuidades presentes nas narrativas de memórias do trabalho, desde o início do século XX até ao presente, com base na análise de filmes ou de um corpo de filmes (tanto ficções como documentários), e sua recepção. Encorajamos abordagens interdisciplinares, teórica e metodologicamente inovadoras, bem como propostas que pretendam incorporar material visual nas suas apresentações.

Os tópicos incluem, mas não se limitam a:
Cinema e trabalho (por exemplo, filmes sobre a classe operária, militantes, educativos, de encomenda);
Identidades sociais e cinema (documentário, ficção, etc.);
Memórias sociais sobre o trabalho;
Usos e contextos de receção dos filmes;
Cinema utilitário
Industrialização e desindustrialização no cinema;
Abordagens de gênero;
Espaços de trabalho;
Técnicas, conhecimento e aprendizagem.

Aceitam-se propostas em português, inglês e espanhol.
Comissão organizadora

Prazo para as propostas: 30 de Junho 2015
Contacto: workscies@gmail.com

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Que a terra lhe seja leve!

Gilberto Santeiro

Atividade: 
Montador
Montador, cinéfilo e estudioso da história do cinema, foi diretor da Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro desde 1997. Nascido no Rio, em 1946, começou na edição como assistente de Eduardo Escorel e Mair Tavares. Em 1968, dirigiu o curta-metragem Cordiais saudações, sobre o compositor Noel Rosa, e nos anos seguintes fez, entre outras, as montagens de A sagrada família (1970), de Sílvio Lana, Uirá, um índio em busca de Deus (1972), de Gustavo Dahl, O pica-pau amarelo (1973), de Geraldo Sarno, Lição de amor (1975), de Eduardo Escorel, e Morte e vida severina (1976), de Zelito Viana. Em 1981, montou Engraçadinha, de Haroldo Marinho Barbosa e, no ano seguinte, O bom burguês, de Oswaldo Caldeira. Em 1985, fez As sete vampiras, de Ivan Cardoso, e Avaeté, semente de vingança, de Zelito Viana. No fim dos anos 80, montou Dias melhores virão (1989), de Carlos Diegues. Na década de 90, editou O fio da memória (1991), de Eduardo Coutinho, O escorpião escarlate (1991), de Ivan Cardoso, O mandarim (1996), de Júlio Bressane, prêmio de montagem no Festival de Brasília, Policarpo Quaresma, herói do Brasil (1998), de Paulo Thiago, e A terceira morte de Joaquim Bolívar (1999), de Flavio Cândido. Fez a edição do longa póstumo de Sérgio de Assis Brasil Manhã transfigurada, lançado em 2008. Faleceu em maio de 2015. Perda irreparável pro nosso Cinema e cultura...



quarta-feira, 13 de maio de 2015

5º Festival de Cinema Anarquista de Barcelona, de 14 a 16 de maio


espanha-5o-festival-de-cinema-an-1A p r e s e n t a ç ã o:
Vamos tarde. Vamos mais tarde que nunca apresentando o Festival, mas temos desculpa.
Esta semana de festividades religiosas estivemos muito entretidxs: mudar os ovos das Monas por ovos de pintura, profanar cerimônias litúrgicas vestidas de bruxas, aproveitar a tradição de não comer carne pela expansão do discurso antiespecista, reciclar os ramos de Páscoa para construir cabanas e, finalmente, apostar pelo reflorestamento rural…

A tudo isso se soma o último golpe repressivo que vivemos. O Estado castigou pela segunda vez em três meses diversas pessoas que dão vida ao pensamento e a prática libertária. Mas este grave acontecimento não só nos provoca raiva, nos sufoca, senão que nos reafirma mais intensamente que nunca.

Assim, pois, consideramos que o Festival de Cinema Anarquista de Barcelona impele um importante papel na parte incriminatória do juiz Velasco sobre a suposta “captação de novos militantes mediante o doutrinamento”. É evidente. Por que senão matar-nos a mexer a rede de cima abaixo, fazer malabares para meter toda a programação nas horas marcadas, gerar debates intermináveis sobre se incluir filmes “comerciais” e passarmos dias encerradas traduzindo os clips para o esperanto?

Nossa Semana Santa será uma Semana Trágica. Colocaremos fogo a todo o sagrado. Ao veneno do imposto e não-sentido. Para nós só são sagradas duas coisas. Só entendemos destas duas paixões. O cinema e a liberdade.

Agora sim, Deus morreu.

Nós não, e não vamos parar.

A todas as presas e seu entorno, força e determinação, queremos-lhes entre nós.

Vídeo promocional:
https://vimeo.com/125638448

Mais infos (local, programação…):
http://fcab.tk/
agência de notícias anarquistas-ana
Chuva cai lá fora
No batuque das goteiras.
Eu durmo tranqüilo.
Natacha Lemes Batistão

Povos Indígenas: Conhecer para valorizar (Marcia Derralk, Brasil, 2011)






quinta-feira, 7 de maio de 2015

3ª Mostra Anarquista de Cinema de Valencia

espanha-3a-mostra-anarquista-de-1“Cinema é só cinema, a vida é outra coisa”


Filmes, documentários e um jeito de olhar para eles de forma diferente do que o habitual. Isso é o que você poderá encontrar na 3ª Mostra Anarquista de Cinema, somente isso.

A Mostra acontecerá nos dias 8, 9 e 10 de maio, na Iniciativa Dàhlia.

Iremos abordar o constante problema da coisificação das mulheres na telona, vamos discutir essa realidade que manipula nossas mentes e articula as relações sociais baseadas em premissas falsas orientadas para a discriminação, o controle social e o consumismo.

A educação também terá o seu lugar na Mostra, para tentar encontrar ferramentas e desenhar pontes que nos aproximem de formas mais sinceras e livres de relação entre as pessoas pequenas e grandes.

O surrealismo, a ficção científica e a violência em um convite para divagar sobre as implicações do presente-futuro e do passado, a natureza humana e a sombra do lobo pairando sobre ela.
Tudo o que será projetado está disponível on-line, aqui apenas compartilharemos o tempo e observaremos juntxs desde diferentes ângulos os padrões para tentar entender o que brota da tela e como nós interpretamos.

É uma maratona, haverá exibição de filmes, debates sobre o que será projetado e assim os três dias. Então, se você tem uma cadeira dobrável confortável, não hesite, traga que você vai precisar.

Se você quiser participar não necessita trazer óculos 3D, seguimos tecnologicamente amarrados no passado recente, ainda não chegamos à última atualização.

Haverá pipocas digitais.

Todas as informações sobre o evento no blog: mostracinemavalencia.noblogs.org


Para quem não esteve no Festival do Filme Anarquista e Punk de São Paulo no ano passado, segue o curta realizado pela Biblioteca Terra Livre em homenagem aos 200 anos de Mikhail Bakunin.



Conteúdo relacionado:
http://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2015/04/21/espanha-saiu-a-programacao-do-3o-festival-de-cinema-anarquista-de-madri/

via:
cantam os pássaros
aqui e ali; deito na rede
e começo a roncar
Rafael Noris

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  http://www.antrocine.blogspot.com.br/2015/04/3-festival-de-cinema-anarquista-de-madri.html
http://antrocine.blogspot.com.br/2014/12/festival-mundial-das-resistencias-e-das_20.html
http://antrocine.blogspot.pt/2013/07/louise-michel-rebelde-franca-solveig.html
   http://www.antrocine.blogspot.com.br/2013/04/somos-as-imagens-que-vemos.html    

quarta-feira, 6 de maio de 2015

DESFAZENDO GÊNERO ATÉ O DIA 10 DE MAIO, CORRAM!

FORAM PRORROGADAS AS INSCRIÇÕES DE TRABALHOS NOS SIMPÓSIOS DO “SEMINÁRIO INTERNACIONAL DESFAZENDO GÊNERO” ATÉ O DIA 10 DE MAIO
Até 10 de maio de 2015, pesquisadores podem submeter resumos expandidos de trabalhos a serem apresentados nos 78 simpósios temáticos do II Seminário Internacional Desfazendo Gênero. Além disso, será possível enviar propostas de pôsteres, inscrever-se e uma das 25 oficinas e 24 minicursos, que possuem vagas limitadas. Tudo deve ser feito pelo site do evento (http://www.desfazendogenero.ufba.br/). No site também é possível conferir a programação completa do seminário, que será realizado de 4 a 7 de setembro de 2015, na Universidade Federal da Bahia, e contará com a conferência de abertura de Judith Butler.

 
SIMPÓSIO TEMÁTICO 36 - Gênero e Cinema: entre narrativas, políticas e poéticas. Coordenação: Marcos Aurélio da Silva (INCT Brasil Plural/PPGAS/UFMT), Paula Alves de Almeida (ENCE/IBGE) e Luiz Gustavo Pereira de Souza Correia (PPGAS/UFS)
RESUMO DA PROPOSTA: O simpósio pretende reunir pesquisadores e pesquisadoras que estudam as questões de gênero a partir de um olhar sobre o cinema, bem como aqueles que investigam a linguagem e a produção cinematográficas, a partir do campo das relações de gênero. Quais os lugares dos gêneros nos discursos cinematográficos? Como as sexualidades são apropriadas e negociadas nas produções cinematográficas? Se o cinema é um espaço de construção, crítica e reprodução, como o feminino e o masculino se posicionam e como são posicionados? Como são projetadas as sexualidades não hegemônicas em produções comerciais e independentes? Os estudos de cinema e a crítica feminista têm se colocado, desde os anos 70, diversas perguntas sobre o lugar da narrativa fílmica na constituição dos olhares sobre os gêneros e, mais recentemente, o discurso fílmico tem sido apropriado como forma de contestação e problematização dos discursos que buscam normatizar e domesticar as sexualidades. Este simpósio reunirá reflexões que tenham como eixo norteador as linguagens cinematográficas comerciais, independentes, alternativas, ficcionais e/ou documentais, como produtoras de significados que não apenas refletem as relações de gênero e sexualidade, mas que também constituem essas relações em processos contemporâneos de subjetivação. Se o cinema porta um discurso sobre as socialidades humanas, performando críticas, questionamentos, dúvidas e afirmando verdades, esse simpósio pretende reunir trabalhos que permitam entender o cinema como um espaço habitável por esses sujeitos que se constituem e são constituídos na linguagem cinematográfica. Também buscamos trabalhos que enfoquem produções audiovisuais, coletivos e/ou diretores, produtores e outros artistas que se utilizam da linguagem cinematográfica para desfazer ou desconstruir o gênero, oferecendo novos olhares para o cinema e para os sujeitos dessas produções. Quais são os desafios apresentados à teoria do cinema, aos estudos de gênero e sexualidade e às ciências humanas por novas cinematografias e pelos usos do cinema nas movimentações políticas e sociais?