Até 05 de setembro acontece em Belo Horizonte, no Palácio das Artes, a mostra Hitchcock é o Cinema. A retrospectiva apresenta a filmografia completa do cineasta inglês, composta por 54 filmes, além de exibir parte das produções televisivas apresentadas por Hitchcock entre os anos 50 e 60. Completam a programação ações de formação como palestras, debates e um curso com o pesquisador de cinema Luiz Carlos Oliveira Jr, sobre a obra do mestre do suspense.
Do cinema mudo aos sucessos de Hollywood – Toda a filmografia do cineasta está dividida em duas fases: a britânica, que compreende o início de sua carreira, ainda no cinema mudo, e suas primeiras incursões no cinema sonoro, contando com clássicos como Chantagem e Confissão (Blackmail, 1929) e a primeira versão de O Homem que Sabia Demais (The Man Who Knew Too Much, 1934), trabalho que seria refilmado pelo próprio Hitchcock em 1956; e a fase americana, que conta com seus principais sucessos, já em Hollywood, como Festim Diabólico (Rope, 1948), Os Pássaros (The Birds, 1963), Janela Indiscreta (Rear Window, 1954) e Psicose (Psycho, 1960), que o consagraram como um dos maiores cineastas da história.
Atividades especiais
The Hitchcock 9 – Hitchcock é o Cinema irá exibir, além da rica programação, uma série especial de nove filmes mudos, restaurados e em alta definição, intitulada The Hitchcock 9. Realizadas pelo British Film Institute, BFI, as restaurações recuperaram novas cenas de produções que foram desgastadas e danificadas ao longo de décadas. O conjunto de filmes, que estreou nos Estados Unidos em junho deste ano, é essencial para a compreensão de toda a obra do diretor e será apresentado no Cine Humberto Mauro em DCP, no decorrer da mostra. As exibições serão acompanhadas de um músico, que fará a trilha ao vivo. Integram a programação: O Jardim dos Prazeres (The Pleasure Garden, 1926), O Inquilino Sinistro (The Lodger, 1926),Downhill (1927), Vida Fácil (Easy Virtue, 1927), O Ringue (The Ring, 1927), Champagne (1928), A Mulher do Fazendeiro (The Farmer’s Wife, 1929), O Ilhéu (The Manxman, 1929) e Chantagem e Confissão (Blackmail, 1929).
Hitchcock no Almoço – A partir do dia 1º de agosto, será apresentado o Hitchcock no Almoço. O projeto irá revelar ao público os episódios dirigidos e apresentados pelo cineasta, na série televisiva Hitchcock Presentsem horário especial: às 13h, aproveitando a pausa para o almoço. No ar de 1955 a 1962, o seriado exibia curtas que continham elementos de terror, comédia, suspense e sobrenatural.
Dia Psicose – A mostra terá um dia especialmente dedicado ao filme Psicose. Além de contar com exibição em DCP e película 35mm, o público poderá conferir uma palestra dedicada ao clássico, ministrada pelo crítico e pesquisador Marcelo Miranda, e assistir a trabalhos ligados ao universo do filme não dirigidos por Hitchcock, tais como: a continuação da obra, Psicose II (Psycho II, 1983), com Anthony Perkins – o Norman Bates do original -, e a refilmagem quadro-a-quadro de Gus Van Sant, colorida, lançada em 1998.
Hitchcock em 3D – Outra grande novidade da mostra é a exibição, pela primeira vez em Belo Horizonte, do filme Disque M Para Matar (Dial M For Murder, 1954) em 3D. A versão do diretor para a famosa peça de Frederick Knott, produzida especialmente para esse formato, é uma saborosa combinação de elegância e suspense estrelada por Grace Kelly, Ray Milland e Robert Cummings. Hitchcock é considerado um dos principais representantes da chamada Era de Ouro do Cinema 3D. Apesar da grande popularidade nos últimos 15 anos, a tecnologia começou a ser utilizada nos anos 1920.
32 horas do mestre do suspense – Mais uma ação promete abalar os ânimos dos entusiastas da sétima arte de Belo Horizonte. O Cine Humberto Mauro receberá, nos dias 23 e 24, sessões ininterruptas de Hitchcock, numa maratona de 32 horas, que se inicia às 15h da sexta-feira (23) e termina às 22h de sábado (24). Para recarregar as baterias do público que ficou ligado a madrugada inteira, será servido um café da manhã no hall do Cine Humberto Mauro.
Além da exibição de filmes importantes do diretor, como Ladrão de Casaca (1955), Um Corpo Que Cai (1958) eJanela Indiscreta (1954), haverá sessões comentadas por pesquisadores e críticos de cinema, com destaque para um bate-papo especial com José Mojica Marins, o Zé do Caixão, sobre o filme Os Pássaros, às 23h do dia 23/08.
A programação conta também com a exibição de Chantagem e Confissão, filme mudo do diretor, com execução ao vivo da trilha sonora por um músico convidado e uma sessão em 3D de Disque M para Matar.
Atividades de formação – Além da filmografia do cineasta, a mostra Hitchcock é o cinema vai trazer especialistas para discutir os principais temas abordados pelo cineasta em seus longas. A partir do dia 13 de agosto, uma extensa programação será aberta a estudantes e admiradores do diretor, sempre gratuitamente, no Cine Humberto Mauro.
Durante o período de 13 a 15 de agosto, de 14h às 16h45, o cineasta e crítico Luiz Carlos Oliveira Jr. vai ministrar o curso “O suspense subjetivo de Alfred Hitchcock”, que visa analisar de forma minuciosa as principais características do suspense hitchcockiano. Serão abordados temas recorrentes nas obras do cineasta, como a estética da perversão e do voyeurismo, a herança do expressionismo, a “síndrome do segredo”, o simbolismo disfarçado e o diálogo entre experimentação estética e cinema-entretenimento.
A mostra terá também palestras com os jornalistas Pedro Butcher, Marcelo Miranda e Carlos Primati. Os especialistas vão conduzir “Experimentação x Indústria”, “Pelo buraco na parede: a revolução de Psicose e a dupla distância do olhar em Alfred Hitchcock” e “Eros é Tânato: sexo e morte no cinema hitchcockiano”, nos dias 13 , 17 de agosto e 3 de setembro, respectivamente. Já no dia 28 de agosto, o filósofo Verlaine Freitas vai abordar a psicanálise nas obras do diretor.
Toda a programação e maiores informações estão no site da Fundação Clóvis Salgado:
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