É com grande alegria que apresentamos “CineCríticos” {http://www.cinecriticos.com.br/} - trabalho recém finalizado, idealizado por Eliska Altmann, e fruto de uma pesquisa iniciada há sete anos.
A pauta é crítica, e as amplas temáticas são cinema, América Latina e cultura de um modo geral.
Trata-se de um portal com entrevistas filmadas com críticos argentinos, brasileiros, cubanos e mexicanos.
A ideia é que tais registros e memórias sirvam como fonte de investigação e como acervo audiovisual virtual para quem pensa, pesquisa e aprecia os referidos temas.
Eliska Altmann é Professora adjunta da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, no departamento de Ciências Sociais e no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (PPGCS). Coordenadora adjunta do Núcleo de Experimentações em Etnografia e Imagem (NEXTimagem) - PPGSA/IFCS/UFRJ. Pesquisadora associada ao Núcleo de Pesquisa em Sociologia da Cultura (NUSC) - UFRJ, e ao Núcleo de Antropologia e Imagem (NAI) - UERJ. Integrante do GRAPPA - Grupo de Análises de Políticas e Poéticas Audiovisuais. Colaboradora da Mostra Internacional do Filme Etnográfico desde 1996. Realiza pesquisa para documentários, entre os quais: Edifício Master (2001), de Eduardo Coutinho, e Apartamento 608 (2009), de Beth Formaggini. É autora de artigos nos campos da sociologia da cultura e da antropologia e imagem e do livro “O Brasil imaginado na América Latina: a crítica de filmes de Glauber Rocha e Walter Salles”, publicado pela editora Contra Capa (2010).
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Eliska,
ResponderExcluirParabéns pelo trabalho! Bom demais!
Eliska,
ResponderExcluirParabéns pelo trabalho! Bom demais!
Com a palavra, os críticos
ResponderExcluirA suposta decadência da crítica de cinema, sua relativa perda de autoridade e sua diluição no torvelinho das opiniões online são motivos frequentes de comentários nas redes sociais. Há mesmo um certo descaso entre o público mais culto, para quem a crítica tornou-se supérflua ou até desprezível.
Se há uma pessoa para quem os críticos de cinema ainda importam, nem que seja como objeto de estudo, é a professora Eliska Altmann, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Desconfio que o interesse de Eliska pela etnografia pode estar por trás de suas pesquisas junto a essa tribo que alguns julgam em vias de extinção. Em 2010 ela lançou o livro O Brasil Imaginado da América Latina, em que analisava a recepção dos críticos latino-americanos aos filmes de Glauber Rocha nos anos 1960 e 70, e os de Walter Salles nas décadas de 90 e 2000 (leia minha resenha: http://carmattos.com/2011/07/13/glauber-e-walter-%E2%80%93-uma-heranca/).
Essa investigação, iniciada em 2006, gerou mais um resultado importante, sob a forma de um site que entrou no ar semana passada. Cinecríticos reúne entrevistas com 38 críticos do Brasil, México, Argentina e Cuba, países onde Eliska trabalhou em sua coleta. Nesses depoimentos gravados em vídeo, a pauta não era a mesma do livro, mas um amplo leque de questões fundamentais sobre o ofício. A própria Eliska enumera: “a formação do crítico, o que é crítica, quais as diferenças entre a escrita para meios massivos e restritos, o que seria um cinema nacional e latino-americano, qual o papel da crítica nesses países específicos, e qual o seu estado nos dias atuais em comparação a sua institucionalização nos anos de 1950/1960″.
Na apresentação do site, a pesquisadora adianta alguma das conclusões a que chegou com o trabalho:
“De todas as respostas obtidas e aqui disponíveis a pesquisadores, estudantes, aspirantes a críticos e público em geral, creio ser possível afirmar constatações relevantes, sendo a primeira e mais importante a dificuldade (ou até mesmo certa impossibilidade) de se chegar a uma designação estrita sobre a instituição crítica. Nesse sentido, quem buscar definições unívocas ou precisas sobre o campo, muito provavelmente, se decepcionará. Uma segunda constatação está relacionada à configuração espacial escolhida, que compreende tanto sentidos de nação quanto sentimentos transnacionais à revelia de fronteiras ou separações políticas. Verifica-se, portanto, que o tema a respeito de uma latente ‘latino-americanidade’ não se restringe aos campos das ciências sociais, mas é entendido por meio de múltiplas aproximações sociais e culturais pelo cinema e sua crítica. Finalmente, uma terceira constatação a se explicitar nos registros é a dúvida sobre um suposto fim da crítica. Como é possível conferir por meio dos relatos dos críticos há os fatalistas e os otimistas em relação ao tema. A maioria, contudo, crê que enquanto existir cinema existirá sua escritura analítica, seja ela ‘boa’ ou ‘ruim’ (e tais qualificações já fariam parte de uma outra questão)”.
De cada crítico entrevistado foi feita uma edição com 20 a 30 minutos.
por Carlos Alberto Mattos.
Crítica de cinema na América Latina, na voz dos críticos
ExcluirCrítica cinematográfica é algo que este humilde blog faz pouco frequentemente. Isso porque se trata de um assunto “sério” – profundo, complexo -, que merece ser desenvolvido com dedicação, repertório e cuidado mais profundos. Mas está aí uma área riquíssima de qualquer cinematografia, que muito revela sobre os filmes, o cinema, enfim, a arte e a cultura de um lugar.
Como a que nos interessa aqui é América Latina, a dica desse post é um projeto especializado na região: o site CineCríticos, que disponibiliza entrevistas gravadas com críticos de cinema do Brasil, da Argentina, do México e de Cuba. Nesses papos registrados em vídeo, eles falam de inúmeros temas relacionados ao seu metier e ao panorama da crítica de cinema na região e, especialmente, de seus países.
http://www.lalatina.com.br/wp/critica-de-cinema-na-america-latina-na-voz-dos-criticos/