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sábado, 12 de março de 2016

Cinema e Antropologia, um abraço mútuo

A Festa de Antropologia Cinema e Arte, que arranca no Carpe Diem Arte e Pesquisa, junta antropólogos, cineastas, artistas, desdobrou-se até dia 12 em conferências e num ciclo de filmes na Cinemateca.

Place for Everyone, de Angelos Rallis e Hans Ulrich Gössl, indaga o mundo de uma aldeia ruandesa, décadas após o genocídio.

Cada vez menos uma arte popular, o Cinema parece caminhar noutras direções, uma das quais aponta para o universo acadêmico, nomeadamente o das Ciências Sociais. A Festa de Antropologia Cinema e Arte (FACA), que arranca dia 10 no Carpe Diem Arte e Pesquisa, é exemplar desse horizonte. Juntando antropólogos, cineastas, artistas, desdobrou-se até dia 12 em conferências e num ciclo de obras cinematográficas que ocorreu na Cinemateca Portuguesa.

O antropólogo Arnd Schneider e a artista francesa Claire Buisson são os principais convidados desta edição. O pesquisador, que tem aproximado a antropologia à prática artística (gesto nem sempre compreendido pelos antropólogos mais conservadores), inaugura o FACA com uma conferência intitulada Questions of the Contemporary: Art, Film, Anthropology. Quanto a Buisson vai mostrar materiais do projeto Corps archivés (Archived bodies), desenvolvido no âmbito de da sua residência no espaço Alkantara, em Lisboa. A construção do eu e as condições sociais e os corpos que as condicionam são aspectos do trabalho que os presentes poderão debater com a artista.

 Na Cinemateca, os filmes reivindicarão as palavras e as imagens. Um dos programas chama-se A cidade em Foco e compreende trabalhos realizados por estudantes portugueses de Culturas Visuais em torno da cidade de Lisboa. Marcada para o dia 11 (18h30), esta sessão será apresentada por Catarina Alves Costa, estudiosa nas áreas de Antropologia Visual e do Filme Etnográfico.

No dia seguinte, à mesma hora, Angela Torresan, investigadora do Granada Center for Visual Anthropology, introduzirá um conjunto de filmes assinados por alunos da instituição. Entre o princípio e o fim destas projeções aguardam-se imagens do Cais das Colunas, do Cemitério dos Prazeres, do bairro do Rego, das ruas de Freetown, Serra Leoa, ou de Kingston, Jamaica.

Já o programa Faca Convida salientará a produção etnográfica dos últimos anos, com a exibição de duas obras: Skin has Eyes and Ears (dia 11, 22h), de Daniela Vavrova, que leva o espectador a experimentar as noções de espaço e tempo do povo Ambonwari, na Papua-Nova Guiné (este filme foi um dos mais comentados na edição de 2014 do Festival de Cinema Etnográfico Jean Rouch, em Paris), e Place for Everyone (dia 12, 22h), de Angelos Rallis e Hans Ulrich Gössl, que indaga o mundo de uma aldeia ruandesa, décadas após o genocídio, pelos gestos e os trajectos de Tharcisse e Benoitte, dois jovens ruandeses. Um par de filmes distintos com um fim comum: fazer do cinema uma experiência do conhecimento.

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